Crítica | Luca transmite beleza e emoção em sua premissa tão simples, mas muito significativa

Crítica | Luca transmite beleza e emoção em sua premissa tão simples, mas muito significativa

A nova animação da Pixar, mais uma vez prova que os estúdios sabem transformar pautas importantes, em animações que cativem o público, e façam se apaixonar por seus personagens. Luca, a nova obra dos estúdios, é reconfortante, estimula a imaginação, e de forma bem discreta, nos faz refletir ainda mais sobre assuntos importantes que devem ganhar cada vez mais espaço.

Inicialmente, a produção pode parecer muito simples, e talvez mais do mesmo ao optar por personagens marítimos, e toda a grandeza da curiosidade em saber sobre novos mundos, no entanto, a animação prova o contrário. O protagonista Luca, remete ao sentimento de nostalgia, por toda a sua curiosidade e sua linda empatia, ao nos remeter a personagens clássicos como Ariel, princesa dos mares, ou mesmo o peixinho Nemo. Apesar disto, este prova em toda sua trajetória do filme, que tem sim, uma personalidade muito marcante, bonita e única, o que faz querer que qualquer telespectador dê um grande e amigável abraço por toda sua doçura. Luca dá um passo ao desconhecido, e com sua visão tão diferente de mundo, deixa sua marca tão bonita e pura, em nossas mentes.

A animação se passa na Riviera Italiana, mas a grandeza da imaginação do personagem principal, nos faz viajar muito além, para lugares novos, desafiando sua confiança, e tudo isso, com uma fotografia maravilhosa, que nos deixa confortáveis e encantados com toda a beleza da simplicidade que o longa passa. Claro, é importante ressaltar que, o primeiro passo para este novo mundo desconhecido se dá por Alberto, figura essencial para a trama, e que deixa sua presença marcada com uma personalidade tão forte. Este compartilha da mesma insegurança de seu novo melhor amigo Luca, ao esconderem suas personalidades marítimas tão diferentes do mundo dos humanos. Porém, Alberto é muito mais que o amigo que faz o protagonista dar um passo adiante, ele é a peça que falta em Luca, a confiança que desperta sentimentos de atitude, e que faz ir além.

Os dois geram momentos de autodescrição do ser humano, sendo Luca a parcela dócil, além do estimulante para a curiosidade, e Alberto, a força, para momentos difíceis, e a atitude necessária para seguir em frente. O fato destes personagens serem tão simples, sendo assim, bem mais fácil de criar laços de identificação, apenas deixa a animação mais gostosa de se assistir. O filme é divertido, caloroso, e remete uma ótima sensação de um verão distante tão memorável. Tão marcante quanto as cenas engraçadas que não pode faltar em qualquer animação da Pixar, sendo estas, principalmente, desenfreadas, após a chegada de Giulia, nova amiga humana da dupla, que abrirá espaço para virar um trio harmonioso.

O clube dos ‘Excluídos’, como Giulia os denomina, entrega de imediato mais uma personalidade marcante da nova personagem inserida. Em momento algum, esta se deixa ofuscar por Luca e Alberto, que tanto se completam em uma demonstração marcante. Giulia é o próximo e brilhante passo para a trama andar e explorar os novos aspectos de um ótimo verão italiano. O altruísmo desta se destaca ao ajudar a qualquer custo seus novos amigos, ressaltando que sempre haverá lugar para mais um, e que não importa as diferenças, todos tem sua importância nesta caminhada.

Claro que além das três crianças, há a presença de muitas outras figuras que complementam a história na medida certa, alguns até divertidos demais, que mereciam mais tempo de tela, como a hilária, e infelizmente, pouco exibida, avó de Luca. E apesar da personalidade engraçada se sobressair, a criatura marítima que sem dúvidas se mostra perspicaz e mais experiente, carrega desde o início a grande premissa da trama por trás de sua quietude, a igualdade que todos merecem, interligando com a busca por aceitação que Luca e Alberto clamam desde o começo.

A animação de uma forma bem contida, deixa esta grande mensagem do diferente e de como ele é belo, assim como a simplicidade perfeita do filme, transmitida pela dupla amigável que nada mais são, do que almas-gêmeas que finalmente se encontram. Pertencer um ao outro com a cumplicidade inquebrável, enfrentando juntos, o medo pelo diferente que as pessoas deixam claro, não aceitarem bem em sua grande maioria. Felizmente, a direção de Enrico Casarosa em ‘Luca’, passa uma grande lição de moral para a audiência desta brilhante nova animação de um dos estúdios da Disney.

Nota geral do autor: (4.5/5)

Luca já está disponível para todos os assinantes no streaming do Disney+.

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